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Cinco medidas para reduzir o absenteísmo em tempos de Burnout

A Síndrome, que foi incluída na CID-11 pela Organização Mundial de Saúde há seis meses, segue como uma das principais causas de faltas no trabalho e queda da produtividade

A inclusão pela Organização Mundial da Saúde da Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), como um fenômeno ocupacional, completará seis meses no dia 1º de junho e trouxe à tona um grave problema que tem acometido cada vez mais pessoas. Uma pesquisa da International Stress Management Association (Isma-BR) estimou que o Brasil ocupava em 2029 o 2º lugar em nível de estresse no ambiente de trabalho em um ranking contendo outras nove nações.

Antes mesmo da pandemia, mais de 33 milhões de brasileiros sofriam com a síndrome, capaz de provocar o comprometimento do sistema imunológico e várias patologias que podem se sobrepor, caso da depressão. De lá para cá, com o isolamento social, as mudanças no ambiente e nos modelos laborais, os impactos na saúde mental só têm aumentado.

“Identificamos alguns processos que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores”, diz Anderson Belem, CEO da Otimiza, startup especializada em benefícios corporativos adaptados às necessidades do trabalho híbrido. “São ações simples que estão ao alcance de organizações de todos os portes e conseguem reverter a probabilidade de prejuízo em uma possibilidade de benefícios para todos os envolvidos”, afirma.

Ele destaca cinco atitudes capazes de amenizar os níveis de absenteísmo causados não só pela exaustão do Burnout, como pela perda de produtividade e engajamento. Veja quais são.

1. Avalie o fit cultural dos candidatos à vaga

Todo processo de recrutamento é complexo, afinal, de vários profissionais competentes, apenas um deve ser escolhido. Todavia, muitas empresas erram ao focar apenas nos conhecimentos e habilidades para classificar um profissional. É preciso também considerar o fit cultural — ou melhor, se o conjunto dos valores do candidato coincidem com os da empresa. Quando não há esse alinhamento de valores, é provável que o novo contratado, por mais motivado que esteja nos primeiros dias, se torne um profissional faltoso no futuro.

2. Defina programas de incentivo à assiduidade

Estabelecer um programa de incentivo para reduzir faltas injustificadas e atrasos pode ser uma ótima estratégia, com custos de premiação muito inferiores às perdas por ausência. Isso significa que os profissionais mais assíduos — isto é, aqueles que não apresentarem faltas ou atrasos ao longo do mês — serão recompensados.

3. Melhore a fluidez da comunicação interna

A comunicação dentro da empresa tem um importante papel, pois garante o alinhamento das equipes, cumprimento de padrões de segurança e a construção de um melhor clima de trabalho. Contudo, é preciso investir na implementação de canais que otimizem a fluidez das mensagens. Como exemplo, é possível destacar o uso de murais de recados, aplicativos mobile e redes sociais corporativas. E mais. É necessário considerar o papel dos líderes de equipe, incluindo o CEO, nesse processo. Sem o comprometimento da liderança, é quase impossível arquitetar um clima de transparência e credibilidade.

4. Invista na qualidade de vida no trabalho

O local de trabalho tem grande influência na assiduidade e pontualidade dos profissionais e equipes. Quando há condições elevadas de insalubridade, causando danos de ordem físicas e psicológicas aos trabalhadores, é evidente que o absenteísmo vai crescer. Para minimizar esse problema, é importante investir no bem-estar. Neste sentido, uma das principais tendências surgidas após a consolidação do trabalho híbrido e do home office é o benefício flexível. Neste modelo, é o colaborador quem define suas próprias necessidades. Enquanto o formato tradicional segmenta o suporte de forma que o vale-refeição, por exemplo, só possa ser gasto em restaurantes e o vale-alimentação é direcionado apenas para supermercados, as soluções flexíveis ampliam as alternativas de forma que o trabalhador possa aproveitar outras ofertas dentro de cada categoria de benefício.

No modelo desenvolvido pela Otimiza, por exemplo, o trabalhador pode usar o valor do vale refeição para pedir o almoço por meio de aplicativos como Rappi, iFood e outros. Na solução, o crédito é dividido em dez categorias; Alimentação, Refeição, Combustível Cultura, Saúde e Lazer, Mobilidade, Educação, Home Office, Flexível, Presente e Crédito Livre.

Na categoria ‘Saúde’, por exemplo, ele pode gastar com aulas de yoga ou academia, entre outras possibilidades. Já na categoria ‘Home Office’, é possível pagar a internet ou comprar uma escrivaninha. Outras inovações são a categoria ‘Flexível’, que permite a distribuição do crédito para qualquer outro benefício, ‘Presente’, por meio da qual a empresa pode bonificar o colaborador por atingimento de metas, e ‘Crédito Livre’, que permite saques no caixa eletrônico.

“Há uma parcela grande da população em home office ou trabalho híbrido. Então, aquele vale-combustível ou vale-refeição tradicional talvez não façam mais sentido, porque o colaborador tende a comer em casa e fazer o próprio almoço. Para motivá-lo agora é preciso oferecer produtos diferenciados e que atendam a nova realidade”, comenta Belem.

5. Ofereça feedback de forma periódica

É importante mostrar a cada colaborador quais são seus pontos fortes e fracos, que podem ser otimizados ou que precisam ser eliminados. Assim, é possível mantê-los mais alinhados aos valores e às normas da empresa, bem como incentivar melhores resultados no futuro. O feedback não é apenas uma crítica, mas um retorno equilibrado sobre as forças e fraquezas dos profissionais.